Mais um ano....

Mais um ano se passou.

E o que eu consegui? No que eu avancei?

Esse ano, foi mais um ano em que reservei pra ""arrumar minha casa", mais um ano em que eu entrei em promessas vazias de que me resolveria, me acertaria comigo mesma para assim seguir em frente. 

Mas e aí, isso aconteceu??? 

É... Não aconteceu. Foi mais um ano lutando, buscando e sofrendo minhas lagrimas e chorôrôs.

Até quando? Até quando meus anseios de virada de ano se manterão em "me resolver"? Me arrumar para aí sim seguir????? 

Foram anos tentando me acertar no vácuo. Tentando me achar num vazio. Lutando e buscando por algo tão vago, tão subjetivo e instável!! 

Paz? Alegria? Felicidade? Segurança? Amor? Amizade? Reconhecimento? Importância? Sucesso?.....Tudo que se resume em "ME SENTIR BEM" 

O que faz uma pessoa se sentir bem? E não bem? ....... São tantas inúmeras coisas. São zilhoes de sensações a cada segundo em que uma pessoa pode sentir tudo isso e nada disso. 

E até quando eu vou "pausar" minha vida para "alcançar" isso??? 

Como hoje é claro pra mim...fútil...uma perda de tempo e desculpa de covardia. Éééé isso mesmo... toda essa pausa foi puro fruto de uma imensa covardia. Falta de coragem pra lutar, pra buscar, pra quebrar a cara, enfrentar consequências e fazer acontecer. 

Como uma pessoa pausa uma vida pra se acertar???? A vida passa, a vida corre.... e não tem essa de pausa. De tempo. De momento. De fase. Tudo acontece ao mesmo tempo. Tudo evolui assim... paralelamente, e não separado como etapas. "Em primeiro eu me acerto, depois eu luto, e aí eu alcanço". Óhhhhh...que linda trajetória!!!!! 

É claro que eu preciso sim primeiro me descobrir, enxergar o que eu sou e o que eu quero. Traçar um objetivo e lutar por aquilo. Segue sim uma certa ordem, não é tudo tão alheio também. Mas é que as fases se misturam, acho. Se entrelaçam e se sobressaem, fases diferentes à determinados avanços. 

E também tem outra....não tem como se encontrar num vácuo. Não tem como se descobrir parada. E o que eu venho fazendo é isso. Esperando que a vida resolva o meu eu, enquanto eu lamento minhas angústias.

E mais.... angústias? Porque angústias? O que taaaanto tem de errado?? 

Enfim, mas como antes tarde do que nunca, hoje eu termino o ano ao menos com a sensação de que o caminho foi encontrado. Eu avistei o "meu encontro" pela janela. Falta encontrar a porta. Mas eu descobri sim nesse finzinho de ano muitas coisas importantes. Não soluções, não coisas legais, não coisas fáceis e muito menos resolutivas - mas importantes, sim, muito importantes. 

Eu descobri que minha vida não é assim uma droga problemática. Sou eu que nas minhas expectativas a faço ser assim tão insatisfatória. 

A depressão não existe em mim. Eu simplesmente me concretizei num hábito de sofrer, incorporei um negativismo como caráter. Vesti a camisa da coitada e eu nunca chegava lá. E acho que nunca me permitiria a isso, simplesmente porque o "chegar lá", me descaracterizaria. 

E aí vem um ponto em que diante a todos esses anos em que venho colecionado amarguras eu perdi:

O que é a Renata? O que ela quer e o que a importa? O que a faz feliz? O que lhe agrada? Eu perdi essa percepção. A contaminei tanto com o hábito do sofrer. Que eu me vejo hoje, sem ver. 

Mas vamos lá, vamos tentar ser prática. Certeira. 

A base de tudo que venho procurando, é estar em paz. Me sentir bem comigo mesma. Não ver problemas excessivamente onde muitas vezes não há nenhum. Passar a maior parte dos meus dias com satisfação e alegria dentro de mim e não rancor, tristeza e angústias. 

Ok. E para isso, diante ao que tenho e sou hoje, o que necessita mudar? 

Eu to num emprego que eu gosto? Não consigo ainda retirar isso de mim, mas já posso mudar meu discurso do lá na frente. Naooo, a resposta é não...eu almejo sim ser top da top, quem não?? Mas não é existencial chegar nisso. Se eu quero paz, eu quero apenas um emprego que me proporcione um dia dia gratificante. Que eu vá trabalhar, passe o dia exercendo o meu trabalho e no final do mês tenha lá, minha remuneração. O trabalho top da top me deixaria ter um dia a dia assim tranquilo???? Quanto mais alto se está, com mais gaviões tem que se lidar. 

Eu não tenho não que ser A ESPECIAL E INSUBSTITUÍVEL da turma. Ninguém é pra mim. Pensando bem mesmo só sinto essa falta doida de um alguém que faz morrer toda a graça em estar em um certo lugar, quando se trata de um cara a qual estou interessada. Mas na amizade..... na boa. A amizade é comigo mesma. É de mim que eu tenho que ser amiga. Porque tanta falta dos outros precisando de você? Não, eu não sou a amiga mais merecedora do troféu amizade. O que eu faço aos outros acho que é na verdade pra mim. Pra mostrar a mim mesma o quanto "ohhh, você é fera e gente boa, olha como me doo a essa amizade".... mas nem sempre é uma doação que se encaixa no "buraco" do outro. Acho que não penso nisso. Penso em como o "mundo" veria meu esforço. Sei la... eu tento de coração sim fazer o bem ao outro. Mas muitas vezes eu faça isso até a página 2, diante ao que me convêm. Eu me coloco acima de tudo. Muitas atitudes minhas ultimamente tem me mostrado isso. 

Então realiza, não cobre com toda essa importância aquilo que você não dá. Não faz sentido certo? Você não tem que provar o tempo todo. E nem o que a provar.

Bom... pensei, discursei, me achei me perdendo e me perdi mais ainda me achando. 

A verdade é que acho que apenas avistei que nesses anos todos eu buscava respostas para o que não se tem. E caminhava numa estrada que não me levaria nunca a caminho algum. 

Hoje, eu não posso dizer que achei o caminho. Mas já posso ver que um outro caminho existe, e que neste que estou, não posso ficar. 

Eu não mudei nada. 2014 terá a mesma renata. Mas a esperança, assim como em toda virada de ano se renovou. Mas se renovou de uma forma mais consciente.

Eu tenho ajuda. E esta ajuda vem me mostrando muitas coisas que antes não via. Não é fácil descobrir que a sua maior certeza de todas, não é tão certa assim. Não é fácil descobrir que o que você mais conhecia de si, na verdade você não conhece.

Mas o bom, é que a chance está aí. Página nova, página em branco. Para escrever um novo amanhã, e para redescobrir uma nova pessoa. Aquela que durante anos eu corrompi obscuramente e a escondi dentro de mim. Ela está aqui, em meio a todas estas marcaras, e eu hei de achar. Porque hoje eu consigo ver, que ela existe, não onde está, mas que existe. E isso já basta que renovar as esperanças.