terça-feira, 10 de agosto de 2010

Loser

Sabe aquele dia que você esta desnorteado com sua vida??? Se achando O imprestável…O passado para traz..O loser….
Aquele dia que o coração é tomado por um vazio sem tamanho e a cabeça por um desgosto infinito com sua vida???
Pois é…esse é meu dia….meu primeiro dia de férias e já estou nesta situação!! Não quero sair…não quero me entregar….a mulher forte e feliz, que tem o sorriso no rosto independente de qualquer momento está vivendo agora em mim sim….mas não é todo dia que ela consegue estar em perfeito estado….dias ou outros…ela se esconde e deixa a fraca renata reclamona e inferiorista aparecer.

A falta dele tem sido algo muito forte em mim…..minha cabeça não me deixa em paz pensando nas palavras que ele me disse.. pensando em tudo o que aconteceu..e tudo o que eu deixei para traz…uma constante busca daquele balanço de “será que me arrependo?? será que fiz certo?? será que errei tendo terminado??”" e aquela certeza absoluta de “apesar de tudo..não me arrependo” fica cada vez menor…..

Nesses momentos de carência….me dói tanto ver que fui eu quem deixei tudo isso para traz sabe….eu quem provoquei tudo isso….eu o fiz sofrer, ……e eu lembro com a maior dor no coração cada momento que vivemos….e que agora..não existirão mais….

Pensar no quanto ele tem curtido, preenchido o tempo..o espaço em que eu ocupava……e….eu…eu aqui só chupando o dedo…tendo que implorar para ter alguém para sair comigo….e  ainda não conseguir,,,aiiiii isso me é tão revoltante!!!!!!!!!!!!!!

Eu não sei qual o meu problema quanto a amizades…..o porque deu ser tão sozinha…sem companhia para tudo….
Nessas horas uma irmã ou um irmão me faz tanta falta!!! Pelo menos seria alguém para conversar, um ombro em que eu não me remediaria a ocupar com minhas lágrimas e que me entenderia, me levaria para tomar sorvete e me faria dar risadas para me sentir melhor…..Mas este espaço é ocupado por um vazio gigantesco….nem irmão, nem amigo, nem a prima…nem ninguém!!!

Meus pais não me entenderiam…Deus é uma companhia constante mas que não é sólida, algumas amigas que estão sim presentes, mas que a paciência tem limite para minhas ladainhas, e a presença também é limitada por outras coisas que existem em suas vidas, tomando assim a distancia suficiente para não preencherem este espaço que menciono.

A questão é: eu sempre me vejo em um final de tarde, desanimada sem nada a fazer, sem ninguém a conversar e nem sair!!!!! Sem ninguém que me liga para contar de sua vida e aflições nem das alegrias….nem para me chamar para fazer companhia…nem para jogarmos conversa fora….nem nada!!!! Me vendo sendo aquela amiga neutra a todo mundo…que sempre tem algum outro braço direito…e eu não sou este a ninguém..quando ao mesmo tempo muitas dessas pessoas são esses para mim,….mas nem sempre agem como tal.

Não quero desmerecer o que tenho….sei que poxa..tem algumas pessaos…. que são pessoas que me escutam….que sei que estão ali……mas esta é a questão…..”estão ali” para quando eu precisar, e estão ali para me escutar e dizer palavras encorajadoras apenas…….mas a falta…é de alguém que “esteja aqui” para quando eu precisar, ou não, e não só em palavras e conversas, mas sim em abraços, em saídas, em atitudes que me ajudem a sentir melhor…..e também, pessoas em que me deixam “estar alí” para quando precisarem…e que queiram que este ombro amigo seja eu
Esse sentimento vazio é tão horrível!!! É algo tão sem sentido…….chega a ser desesperador!!!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Desabafo total...

São tantas coisas dentro de mim que preciso descarregar que nem sei por onde começar.
Em uma noite de sábado, aqui, sozinha, ao som de Bon Jovi, me pego pensando em você. É inevitável, claro, esse som era seu, ouvir essas músicas é lembrar de bons tempos juntos, lembrar de você me apresentando ao mundo do rock, me ensinando a sentir a música fluir pelo meu sangue e sentir a melodia nas minhas veias. É ver você rebolando com seu jeito todo especial se deixando levar pela música e o amor ao rock.
Será que eu era feliz e não sabia?? Será que minha sede por viver coisas inusitadas me fez jogar fora um amor tão precioso? Você era tão cuidadoso comigo, romântico. É imensurável a admiração que tenho por esse seu jeito brincalhão. Você tem um coração maravilhoso, ajuda a quem pode ajudar antes mesmo de pedirem ajuda, conquista a todos com sua simpatia, conversa, diverte, alegra, interagi. Definitivamente, era o meu maior orgulho, poder dizer que Você, um cara bonito, inteligente, (imagine, queria ITA, faz USP…ualll), simpático, brincalhão e tudo mais, era meu namorado. Eu adorava te mostrar para as pessoas, principalmente a minha família, e adora que todos te adoravam também, rs.
Você fez tanto por mim…se esforçava ao máximo para sempre me dar o melhor presente, me fez cartas, bilhetes, desenhos, jantares, surpresas. Fez tanto por mim e para mim nunca era o suficiente. O que será que eu queria a mais? Você mudou muito por minha causa, até uma traição perdoou. Deu um voto de confiança em mim. E mesmo depois disso tudo, fez tudo que estava ao seu alcance para me fazer a mulher mais feliz do mundo.
Mas tinham algumas coisas que você não podia me dar: liberdade, autonomia, individualidade e até mesmo irresponsabilidade, eu não saberia viver essas coisas enquanto ao seu lado. Eu tentei, juro que tentei. Lembro muito bem quando em um tempo de virada de ano, sentamos na minha cama e conversamos que algo precisava ser reformulado em nosso relacionamento. Você disse temer que eu precisasse viver muito antes de dividir com você minha felicidade. E eu afirmei veemente que não precisava estar solteira para viver minha adolescência tardia e que não precisava me separar para buscar minhas amizades que tanto me eram vazias. Eu estava certa disso.
Mas aí vieram brigas e mais brigas, minhas inseguranças, minhas fraquezas e inferioridades e a maioria das nossas brigas eram por uma atitude ridícula minha ou pela falta de uma atitude e eu sempre me condenava… “Porque eu fiz isso?, Qual o meu problema?” Eu me julgava mais do que tudo e não me entendia, sempre tinha a melhor das intenções mais sempre tinha algo que não era certo. Mesmo quando não enxergava o problema pelo qual brigávamos eu acabava cedendo as suas apontações e tudo sempre terminava comigo prometendo melhorar, prometendo mudar e não repetir aquela atitude.  No fundo eu me perguntava “O que ele vê em mim? Como ele pode me amar se tudo o que faço o incomoda ou está errado?” “Não é possível sermos tão diferentes”. Mas eu sabia que nessas brigas eu tinha grande parcela na culpa também, não conseguia admitir muitas coisas em você, e por pura inveja, mesmo sabendo que não me cabia este sentimento, eu me descontrolava quando surgia a oportunidade de você ir com seus amigos tomar cerveja e eu não poder estar ao seu lado, eu não tinha esses momentos, nunca os tive e queria viver isso. Com o tempo as brigas foram se tornando mais freqüentes e eu fui perdendo meu ar. Reclamei uma, duas e varias vezes. Eu me sentia sem argumentos com você, era impossível discutirmos, você sempre ganhava, sempre tinha a chave da conversa e eu me sentia uma tonta inútil. Brigas ridículas foram aparecendo, eu simplesmente não acreditava como certos motivos sem explicação apareciam como brigas.
Alguns episódios ficaram cravados como espinhos dentro de mim. Como quando lá no começo quando você ainda estava prestando vestibular, você ali sentando na poltrona do meu quarto, na minha frente olhou nos meus olhos e disse que eu não estava ao seu lado naquele momento difícil. Enquanto para mim, eu estava fazendo tudo que estava ao meu alcance para te apoiar, mesmo sabendo que se o que de fato você sonhava conquistar (que era ir para o ITA) se concretizasse, poderia dar no fim do nosso namoro. Teve também o tempo que você estava com aquela semi caxumba e mais uma vez, eu me sentindo A namorada, fazendo tudo o que estava ao meu alcance para te agradar e paparicar e da mesma forma jogou na minha cara que eu não estava do seu lado cuidando de você. Fiquei de cama de tanta tristeza, me sentindo uma inútil e desacreditada do nosso relacionamento, pois se eu estava sendo a melhor mulher que me estava ao alcance..e você me dizia que não era o suficiente, o que poderia eu pensar se não o fato de que eu não era uma mulher capaz de te fazer feliz? Teve também um tempo em que depressiva fui buscar apoio em você, e enquanto eu só queria teu carinho e conforto você me julgou e me criminou com pedras nas mãos por eu não estar feliz com minha vida considerando tudo o que tinha e ainda me disse que com esse tipo de atitude eu poderia perder o seu amor. E por final teve o episódio dos meus pais, quando de repente eu os vejo se separando, e brigando de uma tal forma que eu nunca pude imaginar e por um motivo lastimável e vergonhoso de se pensar. Eu vi as pessoas que mais amo e admiro sofrendo e se acabando em rancores e você ao invés de me dar suporte e carinho você me recebeu com indignação para com meus pais, alegando que eles estavam errados, sendo ridículos, pois não tinham o direito de fazerem isso comigo, que estavam se portando como os filhos e me deixando com a preocupação de cuidadora, hã, inacreditável essa postura!
Bom, o tempo foi passando, e cada vez menos eu me sentia apaixonada por você! Via no relacionamento dos outros muito mais cumplicidade e paixão do que tínhamos. Me irritava mais facilmente e me importava cada vez menos com nossas brigas inúteis. Sempre depois de uma briga, eu repensava se era isso mesmo o que iria querer viver para o resto da minha vida. Mas logo tempos bons chegavam e tudo ficava lindo e maravilhoso de novo, e eu tinha o homem perfeito que tanto admirava aos meus braços.
Sim, as brigas diminuíram, mas nos tornamos mais irreverentes, eu comecei a querer conquistar aquilo que me faltava, eu abria os olhos e não queria me contentar com o que me era cabível naquele momento. Eu pensava e repensava em várias coisas na minha vida, e me dei conta de que já não me via mais completamente apaixonada, com os olhos brilhando e o coração palpitando quando pensava em você. Isso me torturava. Eu tinha em você tudo o que queria em um homem, mas ao mesmo tempo, sentia falta de tantas coisas em você, o via como se você não soubesse lidar comigo, não sabia me dar o suporte quando eu mais precisava. Mas dentro de mim, eu lhe perdoava, pois sabia que não era de propósito, era apenas seu jeito, de vir com as soluções para os problemas, enquanto eu esperava uma mão na cabeça, e com meu jeito inferiorista, comecei a julgar a mim mesma como a errada, a menina toda frágil que enchia o saco de todos com minhas fraquezas inúteis.
No balanço de tudo, a verdade é que eu me sentia feliz com você, mas cansada. O pavio estava curto para qualquer briga que surgisse. Eu espera mais de você, porem muito mais do que isso, eu esperava mais de mim mesma. A sede por melhora pessoal começou a me dominar. Estava exausta das minhas fraquezas, de precisar de alguém para levantar minha auto estima, de olhar para mim e ver uma looser, com tudo nas mãos e com um coração amargurado e incompleto. Me cobrava ser uma pessoa melhor, em ser menos tímida, em estar mais junto de você, te completar mais, dançar ao seu lado no meio da roda com o corpo todo solto e sem pensar no que os outros iriam pensar. Comecei mais do que nunca me achar pouco para você. E a pergunta de como e porque você me amava era algo que não saia mais nem um minuto na minha cabeça.
Eu estava infeliz, com tudo. Me sentindo um lixo, cansada e de saco cheio das minhas depressões e fraquezas. Alguma coisa tinha que acontecer, eu precisava de um basta para isso tudo, dar um up na minha vida como em um geral.
Foi aí que surgiu a Nova Zelândia, e enxerguei nesta viagem, a oportunidade para crescer e me livrar desses conflitos intermináveis. Era um sonho realizado com todos os propósitos do mundo.  Me enfiei de cabeça e não deixei nada me impedir, nem mesmo você. Com toda a certeza do mundo era disto que eu precisava para me resolver e voltar uma pessoa mais forte. Tive medo claro de como ficaria nossa relação, e sim, vivi momentos de inconstâncias em querer viver isso ao seu lado, e em querer ir para lá livre para viver qualquer coisa que pintasse para viver. Foi difícil conversar com você sobre isso e ao menos tempo em que eu esperava sua compreensão e apoio por estar eu realizando um sonho, eu me colocava na sua situação e me via agindo da mesma forma que você, se não pior.
Mas eu fui, fui em busca de vencer todos meus medos e com uma expectativa inigualável em matar a minha sede por viver a vida loucamente.
No começo eu sofri, me vi sozinha, querendo seus carinhos e sua companhia e estávamos tão longe. Era difícil para mim me virar sozinha, mas com o tempo eu comecei a ver que existia sim, uma pessoa que podia andar com suas próprias pernas e se choramingar comigo mesma sem fazer o mundo acabar. Cada vez menos fui sentindo sua falta e fui me descobrindo sozinha. Fui me orgulhando com a melhora do meu inglês, e aquilo eu devia tudo a mim. Me sentia ainda a patinha feia que não tinha o carisma de conquistar qualquer amizade que pintasse e ir já logo saindo para se divertir. Percebia que meus dias passavam rápidos demais quando voltava da escola e passava tempos conversando com você pelo skype. Mas isso foi melhorando, cada vez ficava menos tempo no computador com você e os resultados foram aparecendo. Eu já não tinha mais medo de conversar a esmo com qualquer pessoa que estivesse ao meu lado. Saia sozinha com um mapa na mão e perguntando a qualquer um que fosse informações de como chegar nos lugares, sentava em restaurantes e almoçava sozinha sem medo de não saber o que pedir para comer. Fui me divertindo sozinha e já não me sentia mais tão perturbada com as situações novas e inusitadas.
Descobri que esse tempo sozinha, me fazia bem, não precisava dar satisfações a ninguém, não precisava me preocupar se o que faria alguém iria gostar ou não, não dependia de ninguém a não ser de mim. Nunca tinha vivido isso, sempre dependi de alguém, quando não era dos meus pais, era de um namorado, quando não de uma “amizade”.
Nova Zelândia é linda, com paisagens deslumbrantes e uma noite boêmia sem tamanho. Conheci muitas pessoas amantes da vida que sabiam se divertir e não deviam nada a ninguém. Me senti livre, e sem dúvidas este contexto era uma inspiração a mim. Tudo o que quis foi aproveitar minha vida, viver sem restrições e viver para contar história. Foi aí que me vi longe de você, em todos os sentidos. Sabia o quanto iria te magoar e isso me tirava o sono, mas era gritante dentro de mim a vontade de simplesmente viver por mim mesma, sem pensar em mais ninguém. Se isso era egoísmo da minha parte ou não, eu não sei, mas de que adiantaria eu pensar em você e esconder essa liberdade que almejava? Ou eu iria acabar te enganando, ou estaria ao seu lado pensando no que poderia ter vivido e não vivi e estar infeliz, incompleta, como sempre e ainda mais! Sim, eu deveria ter terminado antes talvez, mas como se essa certeza não me tomava? Como se demonstra algo assim de que não se tem certeza, se termina algo de três anos com um momento de instabilidade?? Eu só enxergava que queria mais da vida como um todo, e não via isso como um problema em você, via como uma insatisfação minha. Não sabia se a vigem me deixaria pronta para te amar infinitamente, ou se me daria essa vontade de estar sozinha.
Foi uma infelicidade e tenha certeza de que sofri junto com você. Pois independente de tudo, ainda o tinha como uma pessoa de que admirava imensamente e tinha sim para mim de que você não merecia isso. Foi uma decisão difícil demais, mas sabia que com a sede de viver que tomava meu coração, não seria mais possível estar feliz ao seu lado e muito menos te fazer feliz. Eu precisava deste tempo comigo, dessa vida sozinha. Me conheci muito e me desenvolvi muito nesse tempo, e precisava de mais, queria mais, muito mais.
Quando voltei, estava com meu coração completamente fechado, vivia meu momento individualista e tinha medo de perder isso. Já não te olhava mais como o Meu Thiago. E via em você toda aquela repreensão, não me vi preparada para dividir minha vida com alguém, queria mais, mais liberdade, mais descobertas, mais melhoras.
Era nítido o quanto melhorei, o quanto essa garota voltou mais confiante e segura. Menos tímida e mais despojada. Os problemas já não me eram mais o fim do mundo, era apenas algo a ser resolvido sem tantos sofrimentos.
Essa garota voltou não mais com o coração trancafiado dentro de si, mas sim com um sorriso de fora a fora, a toda e qualquer pessoa e situação. Segundo a algumas pessoas, até mesmo o meu andar está diferente. Já não é mais olhando para baixo, e sim para frente, cabeça erguida e voz determinante.
Quase um ano se passou, e muito pensei e repensei se estar longe de você continua sendo a melhor opção. A resposta para isso eu nunca encontrei com toda certeza do mundo. Mas meu escape para esses momentos de duvida sempre foram pensar no que tínhamos, pensar nas brigas e nas nossas diferenças, pensar em como você encarava minha fraquezas e como nossos gênios eram conflitantes. Pensar em como eu era incompleta e frágil quando contigo e como eu me sentia subordinada. Isso tudo me faz concluir que tenho algo mais a buscar e que alguém mais próximo as minhas necessidades me espera em algum lugar neste mundo. E porque não pensar que esse alguém ainda pode ser você? Essa possibilidade nunca me deixou, e confesso que ainda a tenho dentro de mim. Mas não sei como, ainda não me sinto preparada a fazer disto uma chance de ser realidade. Talvez por pensar em como sua vida está e olhar para a minha, e ver que não, eu ainda não consegui tudo o que queria para poder olhar para você e não ter ciúmes do seu passado, pois eu o tenho assim também. Incrível como você com todo seu carisma e amigos consegue viver tudo o que almejo com tanta facilidade.
Dentro deste ano que se passou, muitas reviravoltas aconteceram. A carência foi se revezando com períodos de empolgação. Algumas pessoas apareceram, foram embora. Amizades se intensificaram, outras diminuíram. Minha postura perante a vida mudou e voltou.
Até que a quase um ano depois estou aqui, agarrada com a carência e com a solidão. Ainda com um vazio gigantesco dentro de mim. Ainda insatisfeita com minha vida, mesmo depois de tantas conquistas.
Meus finais de semana eu passo em casa, sem ter com quem sair e dependendo da disponibilidade de poucas pessoas que nunca tem tempo para conversar e sair para se divertir. Minha relação com meus pais ainda é superficial, não vejo a diversão quando com eles, um jantar a três é apenas uma refeição compartilhando a mesma alimentação, e não aquele momento gostoso e divertido como deveria ser.
Me tornei menos resistentes e tenho saído com pessoas com mais facilidade, mas ainda me vejo no canto sem aquela interação capaz de fazer aquela pessoa querer sair comigo sempre e se divertir comigo.
Minha faculdade está terminando e tantas coisas me apavoram. Responsabilidade, competência, a falta de competência. Me vejo sem conhecimento suficiente para segurar a barra. Estou longe de estar pronta para ser uma profissional. Me falta interação, segurança, conhecimento, competência. O que sempre temi, hoje vejo com meus olhos acontecerem. A Garota não sabendo lidar em um ambiente de trabalho, em um ambiente de relacionamento e liderança.
Enfraqueci, e essa situação está trazendo a tona a velha garota insegura, medrosa e fraca. E fatos estão provando estas conclusões. Simplesmente estou travada no tempo, vendo este final de faculdade como um tormento. Meu tcc é um bicho papão e meu estágio um apavoro. Travei, estagnei, congelei. E agora? Preciso reunir forças para ir atrás do prejuízo, para conquistar essa falta de liderança, para obter esse conhecimento que ficou para trás. Tenho menos de 2 meses para tudo acontecer, e apenas duas possibilidades: lutar e fazer acontecer, ou me conformar com a infelicidade de uma incompetência e decepcionar a todos, principalmente a mim mesma.
Tenho uma amiga que sempre foi alguém de que me admirei muito. A tempos cheguei a invejá-la, me comparar e competir e me irritar com isso. Hoje a vejo como minha inspiração, como um exemplo a quem quero seguir e ser igual. Mas der repente, vejo uma diferença gritante a qual eu não esperava. Uma diferença que faz dela uma excelente profissional e de mim uma mera formada medíocre. Eu não quero ser uma profissional medíocre, nem mesmo apenas mais uma.
Sei que esta inferioridade que tenho em mim por mais que eu a melhore, faz parte de minha personalidade. Mas hoje, esta incompetência que me toma, não é só parte da minha inferioridade. Eu me surpreendi vendo em mim essa falta de conhecimento a qual eu não esperava. E isso não é mero achismo meu, isso é fato, constatado depois de momentos vividos mesmo.
A verdade é que estou desesperada, desiludida, desgostosa, triste, decepcionada. E o tempo corre e eu sem forças para ir em busca das mudanças necessárias para virar este jogo. E com isso tudo fechado dentro de mim. A tempos meus dias são essa tortura, minhas angústias desconto no prazer em me alimentar. Em pouco menos de 2 meses engordei 7 quilos, me enfurnei em casa com desgosto de mim mesma, me vendo horrível e totalmente sem brilho e sem aquela força de garota pós new zealand.
Os dois meses na Nova Zelândia e o término do meu namoro foram peças chaves para grandes mudanças na minha vida. Mas por mais que hoje, me vejo sozinha e nesta fase de fraquezas, não consigo me arrepender de tudo o que aconteceu. Sinto que precisava deste tempo para muitas coisas necessárias acontecerem, e que ainda estou aqui na luta em busca de preencher todos os vazios que habitam meu peito e vencer todas minhas fraquezas. Como? Eu não sei. Talvez a ideia de uma outra viagem como new zealand seja até considerável. E mesmo que nesse tempo sozinha apareceram alguns episódio desvantajosos, muitas destes com certeza surgiram para me fazer crescer ainda mais.  E se eu passar por esses, ainda que arranhada e ferida, estarei dando continuidade ao meu processo de superação. E ainda se eu fracassar, em algum momento e de alguma forma, eu ressurgirei, pois uma coisa eu tenho para mim sem nenhuma sombra de dúvidas é que não estou aqui para me contentar com uma vida medíocre e nem para virar dona de casa.
Nada é impossível, e a coragem que tive de largar tudo e ir  em busca de minhas respostas e melhoras lá do outro lado do mundo, me provaram que a tudo se tem uma saída. E desistir, é algo que não fará parte da minha história.