Ta difícil mas eu vou conseguir. Essa teia em que me coloco eu hei de desfazer.
O que mais dói é saber que tudo depende de mim. E não da vida.
Não é a vida que é injusta comigo, sou eu quem sou injusta com minha própria vida.
Nunca me deparei tantas vezes com uma fraqueza de pensar em desistir. Sabe quando
você para de ver, imaginar, idealizar seu futuro? Como se ele não
fosse existir. Não tiraria jamais minha própria vida, mas passaria a
aceitar uma ideia de partir. Passar a viver nesta espera, acreditando
que Deus me tiraria deste sofrimento pra me contaminar com sua paz bem
de pertinho.
Eu tenho medo da morte, sempre tive e uma das coisas que
mais me vem a cabeça é que não posso partir sem ter curtido uma
felicidade em paz aqui.
Porque sim, ok, ta legal, a felicidade são os momentos
bons que vivemos em meios dos outros ruins. Eu já tô colocando isso na minha cabeça. E eu não posso ser ingrata
dizendo que não os tenho. Gostaria de ter mais. Mas eu estou sim tentando baixar
minha expectativa e aceitar que o que eu considero como um "objetivo" a
mim não existe. Mas a questão, é que mesmo "os momentos" de felicidade,
eu não consigo os curtir na paz.
Enfim... todo esse esgotamento em minha fé e esperança de chegar la,
nunca me apareceu assim, e isso me assusta um pouco. To tentando
internalizar que esse "chegar lá", não existe. Quer dizer, ele se
tratava de um objetivo com a raiz de "viver em paz", de que independente
de qualquer, qualquer coisa, eu apenas ter amor, paz e um sorriso
sincero no rosto, hoje se resume em "enxergar" essa paz. Pq ela está
aqui, como pra todo mundo, que também vivem com seus monstros. Mas essa
minha paz eu não tenho conseguido acessar.
Minhas energias fraquejam, mas eu ainda consigo fazer brilhar essa
esperança, não em chegar la, mas em acessar minha paz. Trocar a lente
dos meus olhos que conversam com meu coração.
E o tempo passa. Aumentando minha injuria em não sentir a felicidade e alegrias da vida.
Não tenho a mínima ideia de como eu farei isso. Mas ha de acontecer.