terça-feira, 21 de maio de 2013

Falta como filha

E eu sinto um ardor tão forte no meu peito. Não sou uma boa filha. Vejo que se meus pais partissem agora eu carregaria dentro de mim uma angustia muito grande. Do porque eu não fui mais carinhosa, porque não fui mais amável e menos mau humorada, porque não estive mais junto deles e porque não conversei mais com eles, porque não dividi mais com eles a pessoa que sou, porque deixei tantas vezes meu mau humor dominar meu comportamento com eles. Eles fazem de um tudo por mim, e não me vejo retribuindo. Não sou ingrata, eu reconheco cada atitude, mas meu comportamento para com eles não corresponde. Eu tenho uma admiração pelo meu pai que mal cabe dentro de mim, minha mãe é a pessoa mais guerreira que conheço. Mas eles não veem isso. Eu nao demonstro. A única coisa que eles tem de mim é meu mau humor, minhas crises de emburrada, meu genio ruim, minha patadas e grosserias. E eu não sou assim, só eles conhecem isso de mim. O lado flores em simpatia eles não tem convívio. A máscara de alegria eles mal tem contato. Eles não merecem esse meu comportamento e o que mais me doi é enxergar isso. Pois eu vejo, me arrependo por ser assim. Mas não mudo. Na hora de pensar, de lembrar e analisar doi. Mas hora de ser... simplesmente sou assim, como se não fosse algo mudável. Perdão? O que significa um perdão para uma alfinetada diária e crônica? Eles são meus pais e não vao deixar de me amar, já me aceitam assim. Mas não merecem, nenhum ser humano merece esses mal tratos em atividades. E um perdão...um pedido de perdão não faz sentido mais. E a dor está aqui, cravada em mim, por ver como os trato e deixo de tratar, por saber que assim não o merecem, por enxergar como sou e ainda por diante disso tudo, continuar assim.

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