Chata

E eu me vejo a chata, a sem graça, aquela que tenta agradar sendo a paparicadora e sonsa. Aquela que tenta ser engraçada sendo sem noção. Eu só estou tentando ser eu e vista como alguém legal, mas percebo muitas vezes que não é bem isso que causo.

Meu inferno

Isso não é vida. Eu não suporto mais passar os dias assim. Cada dia uma nova derrota. Cada mais mais um desgosto, mais uma decepção. O mundo não tem lugar pra mim, eu não tenho lugar ao mundo. Vivo no meu inferno, aquele que me amarra e no qual eu me afundo. Que ser humano merece toda essa negatividade? Como existe raiar do sol? como existe um brilho de luar para alguém que vive nessa falta? Nesse excesso? Falta de alegria e bem estar e excesso de anguntias e desgostos. Uma pessoa que passa os dias odiando tudo o que é e sendo tudo o que mais odeia? Não é vida. É inferno.

Falta como filha

E eu sinto um ardor tão forte no meu peito. Não sou uma boa filha. Vejo que se meus pais partissem agora eu carregaria dentro de mim uma angustia muito grande. Do porque eu não fui mais carinhosa, porque não fui mais amável e menos mau humorada, porque não estive mais junto deles e porque não conversei mais com eles, porque não dividi mais com eles a pessoa que sou, porque deixei tantas vezes meu mau humor dominar meu comportamento com eles. Eles fazem de um tudo por mim, e não me vejo retribuindo. Não sou ingrata, eu reconheco cada atitude, mas meu comportamento para com eles não corresponde. Eu tenho uma admiração pelo meu pai que mal cabe dentro de mim, minha mãe é a pessoa mais guerreira que conheço. Mas eles não veem isso. Eu nao demonstro. A única coisa que eles tem de mim é meu mau humor, minhas crises de emburrada, meu genio ruim, minha patadas e grosserias. E eu não sou assim, só eles conhecem isso de mim. O lado flores em simpatia eles não tem convívio. A máscara de alegria eles mal tem contato. Eles não merecem esse meu comportamento e o que mais me doi é enxergar isso. Pois eu vejo, me arrependo por ser assim. Mas não mudo. Na hora de pensar, de lembrar e analisar doi. Mas hora de ser... simplesmente sou assim, como se não fosse algo mudável. Perdão? O que significa um perdão para uma alfinetada diária e crônica? Eles são meus pais e não vao deixar de me amar, já me aceitam assim. Mas não merecem, nenhum ser humano merece esses mal tratos em atividades. E um perdão...um pedido de perdão não faz sentido mais. E a dor está aqui, cravada em mim, por ver como os trato e deixo de tratar, por saber que assim não o merecem, por enxergar como sou e ainda por diante disso tudo, continuar assim.

Falta necessária

É, a tua ausência tem me feito bem. Sinto saudades de você mas saber de você me dispara. Saber de você ainda se declarando a ela doloridamente me dispara. É, parece que você ainda mexe muito comigo.

Antissocial

E aí do nada, eu olho pra mim e me vejo sozinha. E eu ainda vejo, que eu quem me faço sozinha. Eu afasto as pessoas, me isolo em meu casulo. Me escondo em minhas inseguranças e em meu antissocialismo. Me envolvo com meu vaziu. Vivo só em minha solidão. Me coloco nela. Mas sofro nela.

Meu inexistente valor

E quando é que eu vou encontrar o meu valor? Viver este desgosto é um sadomasoquismo infinito e insuportável demais..

Escolha forçada

E aí a gente tem que escolher aquilo que não é a nossa escolha.

Depressão, um vírus em mim

A depressão me limita. Ela tranca minha vida. Me inutiliza. Como se eu visse a vida passar de dentro de uma jaula. Acompanhasse o raiar do sol de um quadradinho. Ela me aprisiona num casulo contaminado com tristeza, sofrimentos e angústias. E independente de estar bem, controlada e seguindo a diante, eu sigo com essa carga e essa imundície depressiva ao meu redor. Ela parece ate um vírus, que chega, contamina e comanda sua vida sem lhe dar opções de escolha para qual caminho quer seguir. Preciso me livrar disso. Enxergar ela como algo que veio de fora e me contaminou me traz esperança. Melhor que ser algo de mim,  que nasceu, cresceu e se desenvolveu comigo. Não é então algo com que eu tenha que lutar para controlar dentro de mim pra sempre,  mas sim algo que eu posso lutar para arrancar e jogar bem longe de mim pra nunca mais conviver com isso.

Admiração errada

Até quando esta dor estará aqui em mim? Essa admiração não passa nunca? Meu coração não desiste de querer te amar, minhas carências não deixam de cobiçar você. Fico ali,  sentada ao seu lado todo dia só te admirando,  rindo de suas graças, observando suas mãos que tanto gosto tocarem o volante e as imaginando tocar meu corpo, lembrando de seus olhos carregados de tesão me tendo por completa. Queria tanto de novo. Queria tanto poder abraçar você com toda forca que me coração pede. Acariciar seu rosto coberto por uma pele tão macia e irresistível. Como posso ainda te querer tanto assim? Como pude chegar a te querer tanto assim? Você passa tão longe daquilo que almejo, daquele ideal de homem perfeito. Conheço tantos pontos negativos seus, presumo tantas brigas e discórdias nossas diante a igualdades e diferenças que temos. Mas ainda assim eu te quero. E nem o sexo em si faria valer, não foi nem de perto tudo aquilo de se tirar o ar, teu corpo não é algo de exemplo. Mas é teu corpo,  nosso sexo, um suposto nós em um relacionamento. Bizarro como isso acontece, querer tanto algo que você nem vê que seria o melhor pra ti. Mas eu ainda quero. Me apegar em seus defeitos não tem dado conta para desencanar. Te ver todo dia é sacrificante demais para esta tentativa. Mas longe de mim ir de contra essa convivência. Não seria admissível. Não seria aceitável.