sábado, 11 de junho de 2011

O que eu sinto??

Raiva, ódio, estresse, cansaço, exclusão, solidão.
É como se eu fosse algo a parte, comigo tudo fosse diferente. Sei que não estou sozinha e que não existe só eu assim no mundo, mas é como se o mundo fosse dividido entre os que nasceram para serem felizes, para se dar bem e que  sabem aproveitar o que a vida lhe dá e ir em busca daquilo que deseja. E aqueles que nasceram predestinados a sofre, independente do que seja, tenha ou o que é lhe dado.
Eu vejo minha vida tão completinha. Tenho pais maravilhosos, que embora que pai tenha lá seus defeitos, é alguém a quem eu admiro sem tamanho, é uma verdade absoluta na minha formação de opiniões e ideias para minha vida. É um exemplo de caráter e bondade. Minha mãe, uma pessoa guerreira, a admiro por aguentar tantos desaforos de meu pai e ainda o amar a todo custo, se dedicar a casa e a tudo que se relaciona a mim e meu pai. São pessoas que cada vez mais eu cultivo e deixo aflorar explicitamente dentro de mim o amor, carinho e admiração. É estranho e até ridículo, mas antes eram apenas meus pais, podia até ama-los, claro, mas não era algo tão explicito p mim. Eu não pensava neles ao acaso e me doía o coração em pensar que algo de ruim pudesse os acontecer, sabe. São dois batalhadores, que me amam e fazem de tudo para me dar o que julgam ser o melhor.
Não me acho uma filha mimada, apesar de sempre ter tido tudo o que quis, meus pais sempre me deixaram claro os valores das coisas, as necessidades que se tinham em obter tais coisas. Já fiz pedidos de presentes que foram recusados, mas com explicações, as quais eu sempre compreendi e tudo ficava perfeito. Não levo uma vida de riquinha, filhinha de papai, pelo menos, eu não julgo assim. Meus pais sempre tentaram me dar as melhores condições em estudos, mas não foi na melhor e mais cara escolha que eu estudei. Sempre tentaram me dar tudo o que me alegrava, mas não é com uma bolsa da luis viton que eu ando, alias, a pouco tempo que vim a conhecer o que é isso. Sim, em contrapartida me tornei sim uma pessoa mesquinha e mão fechada. Hoje em dia tenho maiores ambições materiais, porem eu mesma não me permito pagar 300 reais em uma bolsa bonita e boa qualidade.
Deus me deu um sorrido a qual todos admiram, olhos expressivos, e um corpo que embora eu o venha estragando me entupindo de chocolate e gorduras, há de se dizer que não é de jogar fora. Sempre chamei muita atenção com minha beleza, e não sendo exibida, metida nem nada, eu humildemente enxergo essa beleza.
Sempre tive ótimas oportunidades. Inglês é importante, nunca me faltou. Se eu quero fazer academia, meu pai dá o apoio e o dinheiro. Se quero uma roupa nova, eu posso comprar, não da mais cara claro, e de fato eu mesmo faço essa restrição, mas eu posso ter. Minha casa é aconchegante e eu tenho meu espaço, meu computador, minha individualidade.
Viagens? A coisa mais gostosa e valida dessa vida, já fiz várias, dentro e fora do brasil. Até intercâmbio já fiz, não é para qualquer um ter a chance de passar 2 meses em outro país, morando, comendo, estudando e saindo, conhecer novas culturas e incorporar ótimas lembranças.
Sempre tive namorados os quais deram tudo de si por mim. Que viam em mim a mulher de suas vidas, mãe de seus filhos. Com simpatia sempre tinha grande admiração pela parte da famílias deles também.
Eu olho ao meu redor, e me vejo no meio dessa riqueza toda, de valores, de oportunidades, de conforto. Mas pera aí, e meu coração? Minha satisfação com isso tudo?? Eu agradeço a Deus por ter tudo o que tenho, mas não sou feliz com isso? O que? Para mim não é suficiente??
De que adianta estar neste patamar, com o coração sempre destruído e incompleto? Eu posso alcançar tudo o que queria tanto financeiramente, mas principalmente em termos de namorar, conquistas, valores. Posso ganhar a vaga na mais conceituada empresa da minha área  posso namorar a pessoa mais maravilhosa do mundo, que me ame e seja perfeito comigo, posso fazer as viagens mais lindas e ter a maior bagagem de conhecimentos que alguém possa ter. Mas ainda assim, minhas percepções distorcidas estarão fazendo de mim, uma pessoa infeliz e incompleta. E carregada ainda de culpa, por com o reconhecimento de ter tudo isso, ainda assim não me sentir feliz. Sinto-me egoísta, como se não desse valor a toda benção que tenho.
O segredo disto tudo está em mim. E eu venho tentando mudar isso a séculos. Não me importa mais o que eu tenha, deixa de ter, ou o que eu seja ou deixe de ser, meus pedidos e súplicas a Deus em todas minhas noites, tem sido para que simplesmente, eu me sinta feliz. Que seja com uma bala ou uma fabrica de doces, não importa, o que eu quero é olhar para mim e para minha vida e sorrir de corpo e alma, é reclamar de algo plausível e não do anormal.
Quantas pessoas que vivem sem nenhum tostão, passam diversas dificuldades e não tem estudo, emprego, oportunidades não tem nada, mas que tem o mais puro e sincero sorriso no rosto e alegria de viver, que embora seja a base de esperança e com uma preocupação gigante de como será o dia de amanhã, ele está ali, enchendo essa pessoa de vida e sendo mais forte, muito mais forte do que tudo.
Tá certo que a esperança de que as coisas hão de acontecer, eu até orgulhosamente, nunca perdi, mas eu cansei, a tempos já não aguento mais esse meu perfil de baixo astral, sempre querer achar que algo poderia ser melhor não me contentar com nada. Sempre estar preocupada, sempre estar com alguma tristeza e uma lagrima nos olhos. É isso o que não aguento mais, passar mais tempo da minha vida chorando e sofrendo do que sorrindo com satisfação por viver e com alegria que o dia seguinte está logo aí, que o passado se foi e o presente, sendo um presente. Eu só quero me sentir bem, deitar na minha cama a cada noite e agradecer não como o dia foi bom, mas como para mim o dia foi legal.